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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Guarda a cidade

Nós já vivemos mais de oitocentos anos
Talvez tu gostes de exagerar
Num mundo só teu
Dá cabo dos teus enganos
Não queiras ser quem tu não és, deixa-me chegar
És água, chuva, sol e luar

Vou inventar contigo o que não vivi
Fizeste gestos dignos de copiar
Todos eles eu sei de cor
O foral do teu olhar
Gesto que faz dele teu
O teu gesto que eu não vi em ti
Saber que em si é odor

Tu vens do nada, arrasas-te o que não quiseste
Em nome de uma estrada para seres feliz
Abris-te valas, feridas, casas sem adormecer
Fizeste uma cidade, roubada, comprada, seja como for
Solta a dor, mas solta. Faz o eterno que há em ti
Desta vez, foi de vez. Foi por um triz
Sempre fiz tudo o que contigo
Não consigo

Sei que mesmo assim
O pintor entrega o seu cinzel
Para desenhar uma história
O escultor inventa um pincel
Para pintar uma vitória
O pensador trabalha e rasga o sonho
É fantasia de vida sombria
Entre o ócio e a estrada
Estás numa esguia encruzilhada
Talvez o passado seja história
O futuro um retrato
Simples e barato.

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